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sexta-feira, agosto 31, 2007

Cabo

Fiquei ausente esses dias todos por causa de um cabo.
Sei lá porque encaixaram o cabo da net no lugar errado e eu fiquei fora do ar...
Pior mesmo foi xingar todos os atendentes do suporte que me pediam para desencaixar o cabo do modem e ligar de novo. Puxa vida uma semana nesse tira e põe que eu tinha que mandar alguém enfiar o cabo em algum lugar não é?
Bom, o que importa é que estou de volta...
Aguarde novos devaneios...

sexta-feira, agosto 24, 2007

Será

Não conheço o autor...recebi de uma pessoa muito especial...vale a pena um post aqui.

Será???

Será que peco quando te mostro um sentimento?
Será que erro quando exponho o meu momento?
Ora! Escuta, então, pois para ti sempre deixarei aberto, nos meus sonhos, um portão.
Não estranhes a entrada florida e as cores vivas do jardim que me rodeia.
Não estranhes as trancas que não mais uso, nem alarmes, nem ofendículas, senhas ou contra-senhas.
Estou de bem com o respeito, de mal com o preconceito.
Pronta a te ofertar um abraço e te fazer cativo no meu laço.
Não te preocupes com algemas.
Meu caminhar é livre e meu vôo despretensioso.
Tenta seguir meus passos e prometo acompanhar os teus.
Afinal, temos mais algumas braçadas antes de chegar às praias do adeus.
Vem e toma o meu sorriso.
Abro para ti uma brecha do meu paraíso.
Assino um encanto!
Abaixo a solidão, mágoa e pranto!!!

domingo, agosto 19, 2007

E eu, quem comeu a minha inspiração?
As palavras estão sumidas...
não as vejo, não as procuro,
estão num escuro,
se escondendo
de mim...
Ou talvez,
eu as tenha escondido,
para não enfrentá-las...

Mai um poema de amor...

Que lindo...

João Cabral de Melo Neto


"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas.
O amor comeu metros e metros de gravatas.
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus.
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas.
Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X.
Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia.
Comeu em meus livros de prosa as citações em verso.
Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete.
Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa.
Bebeu a água dos copos e das quartinhas.
Comeu o pão de propósito escondido.
Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas.
O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras.
Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade.
Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré.
Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia.
Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas.
Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam.
Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta.
Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra.
Meu dia e minha noite.
Meu inverno e meu verão.
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte."

sábado, agosto 18, 2007

O que me move?
Emoções e palavras.
Paisagens e filmes tristes...
sem finais previstos.

Sonhos

Quem é que não sonha em ser alguém melhor?
Eu sonho, mas preciso colocar os pés no chão.
Um sonho não é tudo nessa vida, se não é forte o suficiente para correr atrás dele.
Tempo é coisa que não existe.
Não para quem está atrasada na realização de um sonho, de um projeto.
Não pensar muito antes de agir, talvez seja essa a solução. Quando digo muito, quero dizer só pensar, sem fazer nada, só sonhar, sem correr atrás.
A ansiedade nos toma por inteiro e não nos damos conta do mal que pode fazer.
A pressa para realizar algo, a angústia por saber que está atrasada para esta fase da vida.
A falta de incentivos também ajuda a piorar.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Certeza

Certezas - Mário Quintana

Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros...
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Eu

Sou apenas alguém
que se interessa em saber como foi seu dia
sua noite, se está bem...
nem sempre cobro notícias, você muitas vezes não suporta isso...
mesmo assim eu me preocupo.
Me liga e ouve a minha voz ansiosa por um encontro rápido,
mas que ainda é impossível de acontecer.
Prometo muitas coisas e nem sei ao certo se posso cumprir,
mas eu tento te deixar alegre...
e me esforço para que tudo dê certo.
Cometo loucuras, falo besteiras, te assanho e você retribui.
Uma aventura louca é verdade.
Mas que é para ser vivida...
e tenho certeza disso.

Possível



Vi que é possível voltar a realidade...

vi você, não apenas suas letrinhas

seu sorriso lindo e acolhedor...

vi e senti você mais perto

sábado, agosto 11, 2007

Me sinto com menos amigos,
alguns estão lucrando com o meu fracasso...
os que achava que seriam, simplesmente não se manifestaram.
Já deveria saber,
nessa vida a partir do momento que você é alguém...
tem que se virar sozinho...
e não sofrer.

terça-feira, agosto 07, 2007

Mal

Me afastei da minha vida acadêmica, aquela que poderia me levar a um lugar menos comum ao qual estou acostumada a viver.
Deixo para trás mais alguns sonhos, alguns amigos, livros e nada mais.
As Letras estão se apagando do meu currículo, nem sei ao certo se voltarão.
O momento é de reflexão e isolamento.
Apenas fiz o que já deveria ter feito.
Desistido de tentar.
Tudo que tento fazer, não chega ao fim. Uma paquera, uma relação, um estudo, tudo é deixado para trás, dando lugar a coisas não mais importantes para mim e sim para os outros.
Os mesmos que não me apoiam, os que me criticam e me fazem rebaixada.
Não quero lutar agora, a batalha está perdida.
Quero recolher-me com meus cacos e sofrer calada, sem ter que compartilhar ou que sintam pena de mim.
Quero apenas me retirar de cena.
Tentar sobreviver.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Sonhos

Uma mulher sonha com filhos, sua casa arrumadinha, seu marido maravilhoso.
A outra vê que a vida passou por ela tão rápido que esse sonho de ter casa, marido e filhos, pode não acontecer.
Se diz bem sozinha, é independente e feliz...mas no fundo, chora ao ver filmes românticos com finais felizes, mensagens de carinho de filhos para mães e pais, casais felizes passando.
Ela não é assim porque quer. Luta sempre que tem uma chance, mas é abatida na primeira batalha.
Volta pra casa abatida, sem incentivos, nem perseverança.
Chora mais uma vez escondida...é recriminada por ser fraca...
Ninguém liga para o que ela sente, só a desprezam, iludem e se beneficiam com seus conselhos.
E ainda proferem frases como: "eu disse que não ia dar certo". Porque só pra ela as coisas sempre não dão certo? porque ela sempre tem que ser avisada, mesmo querendo arriscar?
Ela tenta desistir até o próximo duelo. Sabe que vai se encher de esperanças e quebrar a cara de novo e ainda por cima nem poderá reclamar.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Indecisão

Você me entusiasma...
promete mil coisas,
agora parece cair fora,
com medo...
não admite,
não assume,
me recrimina...
E me atormenta.
Mudo a rotina,
me arrisco e não tenho
nenhuma garantia.

segunda-feira, julho 23, 2007

Ausência

A Lua está ausente hoje
neste céu sombrio...
Mas o som da sua voz, valerá a noite fria.

Marisa Monte - Não Vá Embora


E no meio de tanta gente eu encontrei você
Entre tanta gente chata sem nenhuma graça
Você veio
E eu que pensava que não ia me apaixonar
Nunca mais na vida
Eu podia ficar feio só perdido
Mas com você eu fico mais bonito
Mais esperto
E podia estar tudo agora dando errado para mim
Mas com você
Dá certo
Por isso não vá embora
Por isso não me deixe nunca, nunca mais
Por isso não vá, não vá embora
Por isso não me deixe, não me deixe mais
Eu podia estar sofrendo caído por aí
Mas com você eu fico mais feliz
Mais desperto
Eu podia estar agora sem você
Mas eu não queroNão quero

sábado, julho 21, 2007

Tantas vontades reprimidas,
palavrões a serem despejados
e falta coragem...
falta pouco pra jogar tudo pro alto
e sair gritando: quero ser eu mesma, me deixem ser feliz...
porque eu sempre tenho que ouvir calada?
sempre ser a errada, a sem juízo, se nem ao menos eu posso fazer
o que quero?
Difícil ser criativo assim.
Fragmentos de mim...
são expostos.
É difícil a mudança de atitude.
mas não impossível...

sexta-feira, julho 20, 2007

Sentimento


Você some,
a Lua aparece na minha janela.
Parece vc em formato diferente,
me observando de longe...

terça-feira, julho 17, 2007

segunda-feira, julho 16, 2007

Chuva


Parecia ser mais um dia de chuva...
chato,
mas você sempre faz as coisas sem graça
valerem a pena...

domingo, julho 15, 2007

Pergunto


Pergunto porque gosto tanto
de paisagens que nunca vi,
admiro o desconhecido,
escrevo sobre o que não entendo...
me engano.
Não consigo inventar as frases
apenas vou despejando
o que vem na mente,
invejo os que falam sobre tudo,
os que inventam...
e deixam seus sentimentos longe
dos papéis.

sábado, julho 14, 2007

terça-feira, julho 10, 2007

Luxúria Isabella Taviani


Dobro os joelhos
Quando você me pega, me amassa, me quebra,
Me usa demais
Perco as rédeas
Quando você demora, devora, implora sempre por mais
Eu sou navalha cortando na carne
Eu sou a boca que a língua invade
Sou o desejo maldito e bendito, profano e covarde
Disfaça assim de mim
Que eu gosto e desgosto, me dobro,
Nem lhe cobro rapaz
Ordene e não peça
Muito me interessa a sua potência, seu calibre e seu
gás
Sou o encaixe, o lacre violado
E tantas pernas por todos os lados
Eu sou o preço cobrado e bem pago
Eu sou um pecado capital
Eu quero é derrapar nas curvas do seu corpo
Surpreender seus movimentos
Virar o jogo
Quero beber o que dele escorre pela pele
E nunca mais esfriar minha febre

segunda-feira, julho 09, 2007

Nada mais chato que esperar.
E você não aparecer.

Você

Você me pede as coisas mais absurdas,
e eu obedeço...com medo,
de te perder.
Depois me arrependo,
acho que deveria ser mais dura e me impor.
Aproveita da minha solidão e me ilude,
me manda notícias e não me assume,
ainda me critica dizendo que eu tenho medo
de você.
Não vê que eu sofro, que eu sinto cada momento,
como único, já que não me dá garantias.
Insiste e diz que me ama,
e eu?
acabo acreditando.

Caminhos

Qual caminho seguir?
que ilusão vencer?
sem rumo
motivos
desistir?
porque o medo de arriscar?
não tem nada a perder...
talvez
nem a ganhar.
Tente!

domingo, julho 08, 2007

Medo

Tanta coisa pra dizer,
mas falta coragem.
Acho que estou com medo
de me expor...
me arriscar!
ainda não sei por onde
começar

sábado, julho 07, 2007

Sessão Nostalgia


Sessão da tarde qdo se está com febre...
Comer Miojinho de sopa qdo se está doente.
Ficar embaixo das cobertas sem fazer nada, tirando um cochilo, ficar a toa mesmo...
Desenhar,
escrever,
ver desenho na TV ou filme romântico.
Sentir aquele cheirinho de jantar fresquinho que só sua mãe faz...
e comer tudinho depois...
Hoje me lembrei da infância...
dos doces que meu pai trazia no bolso da camisa,
e como corríamos para encontrá-lo no portão, todos os dias.

terça-feira, julho 03, 2007

O amor

Você diz que ama...
eu finjo que acredito,
você me repreende,
diz que eu tenho medo...
e isso é verdade

Mais uma vez

Espero seu contato.
Na caixa de entrada, nenhum e mail.
Nem telefonema.
Sem notícias.
Sinto que algo aconteceu.
Não sei o que...
Você evita me deixar a par da sua vida.
Olho de novo e nenhuma mensagem,
até quando irei suportar isso?

segunda-feira, julho 02, 2007

Diário do Grande ABC


Matéria sobre os Seminários do Lísias.
Seminários surpreendem e mantêm bom público

Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
Foto: Edmilson Magalhães


Ao fazer um balanço dos quatro módulos dos Seminários Avançados, realizados semestralmente desde agosto de 2005, o escritor Ricardo Lísias comemora: “Alguém inventou essa história de que literatura não tem público e foram comprando”. Os debates comandados por ele atraíram 4.126 pessoas (descontado o público de sábado, no encerramento do tema Literatura Universal Contemporânea). Lísias conclui que o presente desperta interesse e os debates ganham calor quando o contexto histórico e atual é relacionado aos autores nas discussões.
Sem sacrificar a estética literária, temas enfocaram angústias da modernidade. Ao contrário da racionalidade do início do século XX, quando o progresso técnico e científico indicava um futuro promissor, chega-se ao tal futuro no século XXI à beira da irracionalidade. Aquecimento global, sociedade sitiada pela violência, guerra como arma comercial freqüentaram debates na Casa da Palavra.
"Nosso assunto era a prosa contemporânea. Mas a atualidade em discussão foi forte nesse semestre”, diz Lísias. O primeiro tema, em 2005, foi Literatura e Filosofia no Século XX; o segundo, em 2006, Pós-modernidade; no terceiro, Literatura Moderna Latino-americana. “O interesse sugere o contrário do senso geral comum, que não existe público para discutir literatura. Falta oportunidade”.
Os Seminários Avançados são uma iniciativa da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Santo André, da Escola Livre de Literatura, da Casa da Palavra e do Centro Universitário Fundação Santo André, com apoio do Diário.

Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
Discussões sobre a universalidade ou individualidade dos valores humanos estimulam argumentações nos Seminários Avançados. Mas há mais. “Pretendo fazer uma reflexão (em livro ou artigo) para compreender porque há esse mito de que existe pouco público para literatura. A Casa da Palavra é um lugar público, e nos Seminários entra quem quer, não há pré-requisito”. Há universitários, vestibulandos, autodidatas, professores e curiosos. O recorde de público total num semestre é de 2005: 2,4 mil pessoas. A média de inscrições é de 185,75 por semestre, lembrando que muitos assinam presença e não voltam, e os inscritos fazem pelo menos dois ou mais encontros e têm direito a certificado final; a média de presença por seminário é de 89,25 por semana – neste semestre, os encontros foram reduzidos para quinzenais. Poucos vêm uma vez e não voltam. Esses geram histórias além dos debates. Lísias recorda algumas:
"Entrou um bêbado que sabia tudo de Glauber Rocha, mas incomodava porque eu falava e ele repetia tudo a cada três minutos. Um rapaz chamou a polícia e o bêbado falou que não precisava pois ele não era tão importante assim.”
“Uma mendiga entrou, sentou e começou a falar. Eu disse que não era hora do debate ainda e ela teria de esperar em silêncio. Ela ficou. Na hora que encerrei minha fala, ela disse que não podia ficar porque iria voar para os Estados Unidos.”
Mas a maioria é bastante interessada nas discussões. Simone Cristina Bazilho, 38 anos, auxiliar de protestos e estudante do segundo ano de Letras, mora em São Bernardo, trabalha em São Caetano e freqüenta os Seminários desde o semestre passado. “Comecei a pesquisar mais, saber de onde o autor veio. Antes só lia o livro e mais nada. Tenho outro conhecimento de mundo”.
Iracema Noêmia Farina, religiosa salesiana, vice-diretora da Fainc (Faculdades Integradas Coração de Jesus) e professora de História da Arte, vive há 30 anos em Santo André. “Freqüento todos. Gosto muito de Kafka e do Ulysses. Ficou clara a passagem do ideal romântico de modernidade para a descrença geral que é marca da pós-modernidade”.
Os interessados não vêm só do Grande ABC. Sandra Lima, jornalista e pós-graduanda em Educação pela USP, é de São Paulo e acompanha as discussões desde 2005. “Este tipo de atividade extracurricular, com periodicidade, programa detalhado, é rara em São Paulo, imagine em outras localidades. As discussões de literatura envolvem pensadores modernos e contemporâneos. Acho que deveria fazer parte de um projeto contínuo de aprimoramento dos cidadãos”.
“Perto da média existente, nossos saraus têm mais público, por exemplo, que os encontros na Casa das Rosas em São Paulo ”, afirma Beth Brait Alvim, coordenadora da Casa da Palavra. Para o semestre que vem, a primeira discussão prevista nos Seminários Avançados é sobre a literatura
Frio,
morte.
Rio da sorte.
Não da minha.
Carros
pessoas
gritos
escuridão.
Eu,
na contramão.

domingo, julho 01, 2007

Escrevo

Escrevo o que sinto,
não sei mentir, ou inventar.
Não tenho frases feitas,
nem enfeito.
Apenas escrevo.
As palavras vão aparecendo,
na velocidade em que digito, ou rascunho no papel.
Não modifico nada,
não acrescento, nem diminuo.
Apenas vou sentindo,
e transmitindo...

Mãos



Suas mãos,
brancas
dedos longos
trêmulos,
tocam seu rosto.
Eu, vejo a cena,
distante,
com uma vontade enorme,
de tocá-las.
De sentir-me tocada,
por elas.

sábado, junho 30, 2007

AOS QUE VIEREM DEPOIS DE NÓS



Bertolt Brecht (Tradução de Fernando Peixoto)


É verdade, eu vivo num tempo sombrio!

Uma palavra sem malícia é sinal de tolice.

Uma testa sem rugas é sinal de indiferença.

Aquele que ri

Ainda não recebeu a terrível notícia.

Que tempos são esses, quando

Falar sobre árvores é quase um crime

Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?

Aquele que atravessa a rua tranqüilo

Já está inacessível aos amigos

Que passam necessidades?

É verdade: eu ainda ganho bastante para viver.

Mas acreditem: é por acaso.

Nada do que faço

Me dá o direito de comer quando tenho fome.

Estou sendo poupado por acaso.

(Se a minha sorte me deixa, estou perdido.)

Me dizem: come e bebe!

Fica feliz por teres o que tens!

Mas como é que eu posso comer e beber

Se a comida que como, tiro de quem tem fome?

Se a água que bebo, faz falta a quem tem sede?

Mas mesmo assim, eu como e bebo.

Eu queria ser um sábio.

Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria: Se manter afastado dos conflitos do mundo

E passar sem medo

O curto tempo que se tem para viver;

Seguir seu caminho sem violência;

Pagar o mal com o bem;

Não satisfazer os desejos, mas esquecê-los.

Sabedoria é isso!

Mas eu não consigo agir assim!

É verdade, eu vivo num tempo sombrio!

Eu vim para a cidade no tempo da desordem

Quando a fome reinava.

Eu vim para o convívio dos homens no tempo da revolta

E me revoltei ao lado deles.

Assim se passou o tempo

Que me foi dado viver sobre a Terra.

Eu comi o meu pão no meio das batalhas.

Para dormir, eu me deitei entre os assassinos.

Fiz amor sem muita atenção

E não tive paciência com a Natureza.

Assim se passou o tempo

Que me foi dado dado viver sobre a Terra.

No meu tempo as ruas conduziam ao lodo,

E as palavras me denunciavam ao carrasco.

Eu podia muito pouco, mas o poder dos patrões

Era mais seguro sem mim, espero.

Assim se passou o tempo

Que me foi dado dado viver sobre a Terra.

As forças eram limitadas.

O objetivo permanecia a uma longa distância.

Era nitidamente visível, mas para mim

Quase fora do alcance.

Assim se passou o tempo

Que me foi dado dado viver sobre a Terra.

Vocês, que vão emergir

Das ondas em que nos afogamos.

Pensem, quando falarem das nossas fraquezas,

Dos tempos sombrios de que tiveram a sorte de escapar.

Nós existíamos através das lutas de classes,

Mudando mais de país do que de sapatos,

Desesperados quando só havia injustiça

E não havia revolta.

Nós sabemos: O ódio contra a baixeza

Também endurece o rosto;

A cólera contra a injustiça

Também faz a voz ficar rouca.

Infelizmente nós,

Que queríamos preparar o terreno para a amizade,

Não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos.

Mas vocês, quando chegar o tempo

Em que o Homem seja amigo do Homem,

Pensem em nós

Com simpatia.

sexta-feira, junho 29, 2007

Escrita


Quando não escrevo me sinto vazia,
mesmo que meus poemas sejam parte de mim...
ou de meus sentimentos.
Não os finjo,
eles existem.
A maioria deles.
Não sei enfeitar, nem inventar,
apenas sinto as palavras,
aparecerem...

Triste

Não ganhei um bom dia,
não percebi seu sorriso
simplesmente você
não veio.
Fiquei triste,
me senti só
sem notícias.
Por onde andou hoje?
Já estou com saudades.

segunda-feira, junho 25, 2007

Mário Quintana


Eu queria trazer-te uns versos muito lindos - Mário Quintana
Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...como
uma pobre lanterna que incendiou!

Postagem em destaque

Amar remete a uma dificuldade... nem por ser de idade ou por conta da cidade. A dificuldade estah na vaidade. Amamos menos aos outros......