Profunda inércia...

Sou uma poeta que vive sem amar. E não se incomoda mais com isso. Vou levando a vida o melhor que posso. Sem me arrepender de mais nada.

Hoje seria bom ter alguém para abraçar e beijar. Até cansar... e não querer parar!

Canso de falar e não me ouvem... que raiva que me dá. Pareço não ter importância! que sou apenas um instrumento de enfeite.

Que medo de ficar no esquecimento... que as minhas palavras não surtissem mais efeito. que eu fosse uma vaga lembrança apenas.

Ser poeta não é sonhar com amor ou ilusão... É ver lugares bonitos, recordar os bons tempos. Não basta escrever sobre a alegria de amar e ser correspondido. Ou da tristeza de um amor perdido. É ser sensível até a um tijolo numa construção antiga. É ver o belo até onde não se pode ver.

Vejo que os valores se perderam. Hoje não há cumplicidade, amizade e sentimentos verdadeiros. Há disputa de egos, mentiras, ignorância e perda de tudo aquilo que mantém uma pessoa na estrada certa. Há muita falsidade, disfarçada de bons costumes.

As pessoas que me conhecem num dia... sofrem de amnésia no dia seguinte... e no outro, no outro e assim até que eu suma da vida delas, do mesmo jeito que entrei: num passe de mágica. Uma mágica instantânea sem efeito duradouro.

Ando com medo e ele supera as minhas expectativas... me sinto paralisada e nada de produtivo acontece. Perco-me nas palavras e não saio disso.

Presto atenção aos detalhes me comporto à altura... Forço-me a não errar. Mas tudo indica que a falha continua...

Não pensem que estou só e que eu goste disso... apenas não vou agir como se fosse mercadoria na prateleira, para pegarem, amassarem, apertarem e colocarem de volta no lugar, sem a menor cerimônia!