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segunda-feira, janeiro 28, 2008

Fuga

De repente me vejo,
só e fugindo de mim...
não tolero mais a mesmice,
nem tampouco faço algo para mudar.
Os problemas parecem não ter solução,
nem tenho cabeça para encontrar,
nem mesmo a mim...
perdida em mente confusa.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Quando as palavras me fogem, eu suspiro...
Imagino um lugar bem tranquilo,
sem dor.
Nem tampouco tristeza.
Muitas vezes recupero a inspiração...
das outras poucas vezes,
choro em busca de solução.

domingo, janeiro 20, 2008

Só - Edgar Allan Poe




Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alterava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.


Edgar Allan Poe

Entender...

Perdi tanto tempo tentando entender,
o que não se pode,
que nunca me encontrei...
o que restou até agora,
foram incertezas e insegurança.

domingo, janeiro 13, 2008

Decepção




Acho que eu gosto tanto de andar pelo Centro velho de São Paulo,

até mesmo pela Paulista

porque ali...

ninguém me conhece,

não enxergam meus defeitos...

não sabem da minha solidão,

da minha insegurança e decepção comigo mesma.

Não podem ver o que sinto quando algo de errado acontece.

E me entristece.

Que me cobro demais,

e sofro antecipadamente...

e não mudo meu caminho.

Me humilho, me rejeito

e não acho uma solução melhor pra isso.




Inspiração


A criatividade está nublada...
um tanto quanto apagada.
Não quer iluminar a minha mente...
perturbada.
Desânimo faz parte,
incertezas também...

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Matéria Revista Entrelivros


Entre o escuro e o esplendor

Fuks recria os últimos dias de Borges, Cabral e Joyce, marcados pela cegueira e pelo gênio literário

por Ricardo Lísias


HISTÓRIAS DE LITERATURA E CEGUEIRA Julián Fuks, Record, 160 págs., R$ 30

Antes de publicar Histórias de literatura e cegueira, Julián Fuks lançou, em 2004, Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e eu. Os dois livros são muito diferentes, mas já no primeiro ficava evidente a preocupação estilística do autor, que parece disposto a criar um estilo elaborado, elegante e muito cuidadoso. Se acrescentarmos o fato de que Histórias de literatura e cegueira revela também uma enorme disposição de leitura e, por fim, um respeito maduro pelos clássicos, podemos apontar Julián Fuks como um escritor que se destaca de outros da nova geração.
O livro ficcionaliza o final da vida de três escritores que, além do fato de serem já clássicos, tiveram em comum o destino de perder a visão. O fenômeno da cegueira foi tão marcante para Jorge Luis Borges, João Cabral de Melo Neto e James Joyce que praticamente se incorporou à descrição de suas obras e às respectivas histórias literárias da Argentina, do Brasil e da Irlanda. Fuks imagina três vidas perdidas entre o escuro da vista e o esplendor de textos marcantes e, com perdão do trocadilho, luminares para cada uma das três tradições. É esse choque entre o olhar cego de Borges, Cabral e Joyce e a força de sua literatura que prende o leitor a cada uma das lapidares páginas de Histórias de literatura e cegueira.Nos três textos, o constante ir e vir temporal ordena o espaço melancólico mas muito diferente para cada um deles.
Borges passeia entre a Genebra que acolheu seus últimos dias e a Biblioteca Nacional Argentina, seguramente o lugar de que ele mais gostava no mundo. Maria Kodama o acompanha em alguns momentos, e a imaginação onírica, que parece ter sido uma de suas principais obsessões, toma praticamente conta de tudo e faz o texto terminar com um ruído ao longe, misto de imaginação e lembrança. O final do primeiro texto é comovente.
Para o poeta brasileiro, Fuks reservou descrições minuciosas com um diálogo seco, tudo muito adequado à obra de João Cabral. Nesse segundo texto, a plasticidade toma lugar do onirismo, e uma cena muito cotidiana, um atropelamento, encarrega-se de trazer tudo para o plano do palpável. A história é triste e produz efeito marcante: o jornalista que vai entrevistar o poeta nota em seus olhos cegos uma grossa camada líquida, que ele não sabe o que é. Já nos nossos olhos, de leitores, são as lágrimas, que desse segundo capítulo não passam.
A terceira história, sobre Joyce, é a que mais evidencia a disposição de pesquisa de Fuks. Depois das duas anteriores, muito comoventes, esta última é mais colorida, um pouco exótica e bastante feliz na tentativa de parodiar o estilo joyceano. O autor de Ulisses briga com a esposa e se vê soterrado por uma montanha de cartas recusando o seu livro. O irmão o aborrece e ele já não enxerga nada direito, muito embora esteja disposto e preparado a compor o enorme raio de luz que é o Finnegans Wake. Em nenhum dos três textos Julián Fuks se deixa levar pela comiseração e muito menos sente pena da situação dos três escritores cegos, privados da melhor coisa que existe no mundo, a leitura. De fato, Borges, Cabral e Joyce merecem muita coisa, mas não pena.
Enfim, um livro como esse, ao mesmo tempo uma homenagem e uma espécie de declaração de amor, eles sem dúvida merecem.
E nós, leitores, também merecemos: vale a pena tatear entre a bruma contemporânea, pois no meio do nevoeiro existem pessoas fazendo literatura, e muito boa literatura, por sinal!

sexta-feira, janeiro 04, 2008

quinta-feira, janeiro 03, 2008

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Amar remete a uma dificuldade... nem por ser de idade ou por conta da cidade. A dificuldade estah na vaidade. Amamos menos aos outros......